O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
Quando Emily Brönte morreu prematuramente aos trinta anos, seu nome já estava garantido entre os maiores da Literatura Universal. A aceitação da crítica só veio póstumamente, mas ao morrer deixando a obra-prima "O Morro dos Ventos Uivantes", ela deixou um legado literário que a consagraria futuramente. Seu único romance garantiu-lhe isso, com uma história de amor que contrariava a conservadora sociedade vitoriana da Inglaterra no século XIX.
Segundo Charlotte Brönte ( a mais velha das irmãs escritoras, Charlotte, Emily e Anne), “O morro dos ventos uivantes” possui uma estrutura selvagem e por isso, muitos críticos o classificaram na época como uma obra rude e até mesmo de mau gosto. Ela justifica as críticas, dizendo que “O morro dos ventos uivantes” é uma obra talhada numa oficina rude, já que as irmãs Brönte eram mulheres do campo e não pertenciam “a grande sociedade inglesa da época’’.
O enredo do romance é uma estranha história de amor, que ao invés de mocinhos apaixonantes e mocinhas inocentes, tem como casal um menino órfão que se torna carrasco da família que o acolheu e uma jovem de caráter forte e personalidade instigante: Heathcliff e Catherine.
A história começa a ser contada no ano de 1801, quando um forasteiro, Senhor Lockwood, aluga a propriedade da Granja Thrushcross, que pertence ao Senhor Heathcliff. Ele vai até a propriedade onde vive Heathcliff, que é denominada “Morro dos ventos uivantes’’. Logo que chega, ele se espanta com o contraste entre a beleza do lugar e o seu proprietário, um homem de pele morena e rude.
A recepção que Heathcliff dá ao futuro inquilino, condiz com sua aparência, ele é áspero e não permite que o forasteiro passe a noite em sua casa, proibindo qualquer empregado seu a acompanhá-lo, sendo que Lockwood não conhece as estradas que estão cobertas de neve.
O forasteiro também não tem uma boa impressão da nora de Heathcliff, a jovem Catherine. Sendo assim, a única que teve piedade de Lockwood foi a criada da casa que ofereceu, mesmo contra a vontade do patrão, um quarto que há muitos anos não era usado na casa. Ela avisou-lhe para tomar cuidado e não deixar a vela próxima da janela, pois os ventos eram perigosos.
Lockwood não toma esse cuidado e tem a curiosidade de olhar livros antigos do quarto. Nesses livros, entre recordações ele lê os seguintes nomes: Catherine Linton, Catherine Earnshaw, Catherine Heathcliff. Logo percebe um galho de árvore que bate na janela, por causa do vento. Os galhos acabam por quebrar a janela e quando Lockwood se aproxima dela braços o seguram com muita força e ele tem um grande susto, pois vê que é um fantasma.
O fantasma é de uma mulher que pede que a deixe entrar. Desesperado, Lockwood diz que não a deixaria entrar mesmo que ela implore por vinte anos, ao que ela responde “faz mesmo vinte anos que vago por aí’’ e desapareceu então.
Heathcliff que acordou com os gritos de Lockwood, vai até o quarto e depois de muitas ofensas e indignação o hóspede pode explicar o que aconteceu, ficando perplexo com a atitude de Heathcliff que vai até a cama, olha pela janela e pede desesperadamente que a sua Catherine venha uma vez mais, o que não acontece.
Ao chegar no outro dia, na Granja Thrushcross, o Senhor Lockwood descobre que terá como criada Ellen (ou Nelly) Dean, uma antiga criada do Morro dos ventos uivantes e que conhece toda a história de Heathcliff. A curiosidade leva Lockwood a pedir que Ellen conte a misteriosa história, enquanto ele se recupera de um resfriado.
A partir daí, temos como narradora Ellen Dean. Ela narra a história com a isenção de uma criada, que apenas aceita os fatos.
Ellen foi criada da família Earnshaw a vida toda, per isso, recorda trinta anos atrás, onde começa a história de amor mais estranha da Literatura Universal.
A propriedade “Morro dos Ventos Uivantes’’ pertencia ao Sr. Earnshaw que tinha dois filhos: o mais velho Hindley e a caçula Catherine. Certo dia ele resolveu fazer uma viagem à cidade de Liverpool e antes de sair, as crianças lhe pediram presentes. Ao chegar a casa, porém, o pai só trouxera um menino enrolado num pano, o que causou irritação e surpresa.
Segundo Sr. Earnshaw, o menino estava abandonado nas ruas de Liverpool e ele o trouxera para ser o novo irmão de Hindley e Catherine. Pelos traços e pela pele escura do menino, todos deduziram que ele era um cigano e o Sr. Earnshaw lhe deu o nome de um filho seu que havia nascido morto: Heathcliff.
A inveja tomou conta do coração de Hindley, pois, o pai preferia Heathcliff, já que ele tinha um comportamento mal. Além disso, Heathcliff logo se tornou o irmão preferido de Catherine, eles cavalgavam juntos e compartilhavam seu amor pelo vento, pela liberdade, por aquele lugar...
Segundo Ellen, ela e Hindley aplicavam castigos no pequeno cigano longe do Sr. Earnshaw. Eles pensavam que não era uma criança vingativa. Mais tarde eles saberiam o quanto estavam errados.
O tempo passou e Hindley foi estudar fora, enquanto Heathcliff e Catherine ficavam cada vez mais próximos, e o estado de saúde do Sr. Earnshaw piorava. Quando seu pai morreu, Hindley voltou para casa, trazendo com ele sua esposa, que ninguém conhecia Francis.
Com a morte do Sr. Earnshaw, Heathcliff perdeu seu protetor e Hindley ficou livre para executar sua vingança contra o irmão adotivo. Ele logo tratou de rebaixá-lo à condição de empregado, impedindo-o de estudar, e fazendo trabalhar sempre. Para isso, mandou o jovem morar no celeiro da propriedade.
Heathcliff cresceu rústico, com uma personalidade transtornada pelo ódio e pela opressão. Embora Hindley conseguisse destruir muita coisa na vida de Heathcliff, ele não conseguiu separa-lo de Catherine e a afeição se transformava cada vez mais num amor obsessivo.
Conforme o tempo passa, Catherine expressa uma personalidade que não condiz com uma menina da alta sociedade. Ela passa os dias ao lado de Heathcliff, brincando e correndo pelo Morro dos Ventos Uivantes. Certo dia, eles resolveram ir até a Granja Thrushcross, a propriedade do Sr. Linton, que tinha dois filhos da idade de Cathy e Heathcliff. Eram eles Edgar e Isabela.
Os cães da propriedade acabaram atacando-os, Cathy se feriu e os Linton a levaram para dentro de casa. Quando Heathcliff entrou para vê-la, ele foi muito humilhado e expulso. Catherine acabou ficando alguns meses na Granja e durante esse tempo, Hindley proibiu Heathcliff de aproximar-se dela quando voltasse, pois a sua companhia era prejudicial à Catherine.
A família Linton levou Catherine de volta à sua casa e Hindley deu uma recepção para agradecer-lhes. Quando Heathcliff entrou em casa, Hindley permitiu que ele a cumprimentasse, como qualquer outro empregado. Ao tocar as mãos do amigo, Cathy fez um comentário humilhante e Heathcliff se chateou, embora ela dissesse que não era sua intenção magoá-lo. Ele percebeu que a relação dos dois não seria a mesma, pois, ela estava mudada, mais sofisticada no seu modo de vestir e agir. Embora a personalidade de Catherine ainda fosse à mesma.
Heathcliff acabou destruindo a festa de Hindley e levou uma surra por isso. Nascia o ciúme dele por Cathy e Edgar Linton, ciúme que aumentou com constantes visitas de Edgar, que geraram muitas brigas.
A essa altura, Francis, a esposa de Hindley dava a luz a Hareton, e morria no parto. Isso deixou a convivência naquela casa mais difícil ainda, pois ele não se recuperou e começou a beber muito, além de não dar a mínima atenção ao filho. Segundo Ellen, esse foi o primeiro bebê que ela deve que criar.
Certa noite, Ellen estava fazendo o bebê dormir na cozinha, enquanto todos dormiam. Ela se assustou com uma sombra que passou, mas, logo viu que era Catherine, vindo falar com ela.
Catherine lhe disse que Edgar a tinha pedido em casamento e que ela iria aceitar, embora sentisse que amava Heathcliff, que ela era o próprio Heathcliff, e ele seria seu marido se Hindley não tivesse o rebaixado tanto. Elas escutaram um barulho e Joseph, o criado da casa disse que era Heathcliff que saia correndo, fugindo.
Cathy se desesperou ao pensar que ele estava indo embora por ter ouvido o que ela dissera. Ela saiu gritando por ele, embora a noite estivesse chuvosa. Heathcliff desapareceu e Cathy ficou muito doente, a família chegou a pensar que ela não se recuperaria, até que Edgar apareceu e se casou com ela. Assim, Catherine foi morar na Granja Thrushcross levando a criada Ellen com ela.
Enquanto Catherine e Edgar viviam na granja, a situação de Hindley piorava cada vez mais. Ele jogava, bebia e contraia dívidas, deixando o filho Hareton de lado.
Três anos se passaram sem nenhuma notícia de Heathcliff, até que certo dia, Heathcliff retorna. Esse é um ponto obscuro do livro. Um pobre órfão, sem educação e recursos volta para casa rico.
Quando ele volta se hospeda no Morro dos Ventos Uivantes que, logo sendo seu, já que Hindley estava cada vez mais perdido entre contas e jogos. Heathcliff logo trata de se reaproximar de Catherine e começa a visitar sua casa na Granja. Lá ele se encontra por Isabela Linton, a irmã caçula de Edgar que se encanta com ele e provoca muitas brigas com Cathy por isso.
Heathcliff vê em Isabela um caminho para se vingar de Edgar, pois, caso ele não tivesse um herdeiro, tudo ficaria para sua irmã. Depois de uma briga com Edgar, Heathcliff é proibido de voltar a Granja, ele então foge com Isabela deixando Catherine, que estava grávida do primeiro filho com Edgar, muito doente dos nervos.
Isabela se arrepende da fuga logo que chega ao Morro dos Ventos Uivantes, pois ela percebe que o marido não a ama e só quer usá-la para destruir Edgar Linton e roubar-lhe a fortuna. Ela passa a viver em meio ao tormento e ao ódio que agora povoam aquela propriedade.
Catherine está cada vez mais doente e um dia, enquanto Edgar ia à Igreja, Heathcliff foi vê-la. Eles se despediram de forma comovente, mais deixaram claro que estavam magoados um com o outro.
Catherine falece nesse mesmo dia, que é também o dia do nascimento da sua filha, batizada também como Catherine Linton.
Ao saber da sua morte, Heathcliff entra em desespero e em frente à Ellen, roga-lhe uma praga: Catherine não descansaria enquanto ele vivesse ela estaria sempre com ele, pois ele não podia viver sem sua vida, sem o seu coração.
Nesse mesmo tempo, Isabela foge grávida de Heathcliff e Hindley morre meses após Catherine deixando Hareton para Heathcliff usar como parte da sua vingança, ele iria criá-lo da mesma forma que Hindley o criou privado de tudo que forma um ser humano.
Os anos passam e a obsessão de Heathcliff aumenta cada vez mais. A filha de Catherine e Edgar cresce sob os cuidados do pai e da sempre fiel Ellen Dean. Eles fazem com que ela não tome conhecimento dos parentes que vivem no Morro dos Ventos Uivantes. Quando o filho de Heathcliff e Isabela tinha por volta de treze anos, sua mãe falece e Edgar vai buscá-lo em Londres, onde ele sempre viveu.
O menino, batizado de Linton, fica um dia na casa do tio e deixa a jovem Catherine encantada com a idéia de ter um primo quase da mesma idade em casa. Mas essa alegria é interrompida, pois, Heathcliff quer o filho em sua casa e no dia seguinte, Ellen o leva até o Morro dos Ventos Uivantes. Ela e todos os demais percebem que Linton é um menino fraco e doente, o que faz Heathcliff não gostar dele. Acrescentando ainda, o fato de ele ter o nome do seu grande inimigo.
Um dia, quando Catherine já estava com quase dezessete anos, ela e Ellen estavam vendo alguns ninhos de passarinhos e a jovem acabou entrando sem saber, na propriedade de Heathcliff. Começava a se realizar os planos de Heathcliff . Ela se reencontrou com Linton e Heathcliff disse que era seu tio e que Edgar não gostava dele apenas pelo fato de nunca ter aceitado seu casamento com Isabela.
Nesse mesmo dia, ela conhece seu outro primo que ignorava a existência: Hareton, sempre humilhado, agora também pelo jovem Linton.
Edgar Linton diz a Catherine que a imagem que Heathcliff passou a ela era pura mentira, que ele só estava interessado e lhe tirar a fortuna e que se não fosse a sua volta, a mãe dela ainda estaria viva. A jovem promete ao pai que não verá mais ninguém daquela família.
Mais tudo foi em vão. A jovem Catherine já estava envolvida e se correspondia com Linton, chegando até a visitá-lo. Tudo isso deixava Ellen muito preocupada.
As cartas que eram enviadas para Catherine, eram escritas por Heathcliff, seu filho só as assinava. Era parte do seu plano de vingança.
A saúde de Edgar Linton piorava cada vez mais e já era certo que ele morreria da mesma forma que a irmã Isabela. A saúde do jovem Linton também estava muito precária.
Certo dia, Catherine recebeu uma carta na qual Linton dizia que estava muito mal e precisava vê-la sem falta. Ela resolve ir e mesmo contra sua vontade, Ellen a acompanha, pois, não poderia deixá-la sozinha, a mercê das maldades de Heathcliff.
Quando lá chegam, as duas percebem que Linton não está tão mal como dizia na carta e Catherine acredita que é melhor voltar logo para casa, pois, seu pai precisa mais dela no momento. É quando as duas descobrem que foi tudo uma invenção de Heathcliff e que ele pretende que o casamento de Catherine e Linton se realize logo. Ele prende as duas mulheres.
Catherine reclama com Linton, que diz que o pai quer casá-los para ficar com a fortuna de Edgar Linton. Ellen consegue escapar e chega à Granja quando o Edgar está muito mal.
Catherine só recebe permissão para sair quando se casa com Linton e se torna a Sra. Linton Heathcliff. Edgar morre desejando que Linton protegesse a jovem das maldades de Heathcliff. A partir daí, Heathcliff leva Catherine para morar com o marido, que se torna proprietário de todos os bens de Edgar Linton.
Heathcliff não permite que Ellen acompanhe Catherine e nem permite que a visite. Ela deveria ficar na Granja, pois, ele resolvera alugá-la.
Algum tempo depois do casamento, Linton morre e Heathcliff não fica nem um pouco abalado, já que foi declarado o herdeiro de todos os bens do filho. Estava completa a vingança.
Catherine desenvolve uma relação não muito amigável com o primo Hareton. Isso se deve ao fato de ele ser totalmente ignorante, não sabendo nem mesmo ler.
Nesse período aparece o inquilino, Lockwood, que foi citado no começo. Como agora já havia terminado a narração de Ellen, ele resolve visitar algumas vezes a casa da família Heathcliff. Lá ele presencia cenas horríveis. E se desilude de um desejo que lhe aflorou enquanto a criada contava a história: se casar com Catherine.
Ele resolve ir embora depois de algum tempo e só retorna um ano depois, para pagar o Sr. Heathcliff. Ao chegar novamente ao Morro dos Ventos Uivantes ele presencia uma cena de amor. Catherine beija Hareton enquanto lhe ensina a ler.
Então, a narradora Ellen entra em cena outra vez, para contar o que aconteceu no período em que ele esteve fora. Ela informa primeiramente que o Sr. Heathcliff morreu e quem toma conta das finanças agora é Catherine que vai se casar em breve com seu primo Hareton. Os dois vão morar na Granja quando isso acontecer.
Logo depois que Lockwood deixou a região, um ano atrás, Ellen foi viver no Morro dos Ventos Uivantes e lá, presenciou a aproximação de Catherine e Hareton. Também foi testemunha de fatos estranhos, que aconteceram pouco antes da morte de Heathcliff. Ele saía todas as noites, não se alimentava bem e as vezes perguntava se não tinha mais alguém naquela casa, além dos moradores de sempre.
Ellen teve então idéias mirabolantes, entre elas a de que Heathcliff era uma vampiro. Isso foi logo descartado, pois, ela o acompanhou em sua infância. Mas, como explicar quem eram seus pais, a origem daquele menino órfão trazido para casa pelo Sr. Earnshaw e que se tornaria motivo da ruína daquela família?
Um dia, Heathcliff disse à Ellen que era uma luta muito grande e ele gostaria que terminasse logo.
Pouco tempo depois, Ellen o encontrou morto em seu quarto. Ele foi sepultado no lugar que sempre desejou: ao lado de Catherine, onde também estava Edgar Linton. Segundo Ellen, muitos diziam que viam Heathcliff em torno do Morro dos Ventos Uivantes com Catherine, deixando com que na morte, se realizasse o amor que a sociedade não permitiu. Ellen mesmo estava com medo de viver naquela casa, pois, diziam que os dois também estavam nela ou ao seu redor. Quando acontecesse o casamento de Catherine e Hareton, ela iria viver com eles na Granja. Só o criado Joseph ficaria ocupando apenas um cômodo do Morro dos Ventos Uivantes.
O Sr. Lockwood se despediu então, do Morro dos Ventos Uivantes, olhando os túmulos e acreditando que ninguém ousaria atrapalhar a paz que reinava agora naquele lugar.
Essa é a estranha história de amor entre Heathcliff e Catherine. Um amor que se tornou obsessão e destruiu a todos que o tocaram.
Segundo Charlotte Brönte ( a mais velha das irmãs escritoras, Charlotte, Emily e Anne), “O morro dos ventos uivantes” possui uma estrutura selvagem e por isso, muitos críticos o classificaram na época como uma obra rude e até mesmo de mau gosto. Ela justifica as críticas, dizendo que “O morro dos ventos uivantes” é uma obra talhada numa oficina rude, já que as irmãs Brönte eram mulheres do campo e não pertenciam “a grande sociedade inglesa da época’’.
O enredo do romance é uma estranha história de amor, que ao invés de mocinhos apaixonantes e mocinhas inocentes, tem como casal um menino órfão que se torna carrasco da família que o acolheu e uma jovem de caráter forte e personalidade instigante: Heathcliff e Catherine.
A história começa a ser contada no ano de 1801, quando um forasteiro, Senhor Lockwood, aluga a propriedade da Granja Thrushcross, que pertence ao Senhor Heathcliff. Ele vai até a propriedade onde vive Heathcliff, que é denominada “Morro dos ventos uivantes’’. Logo que chega, ele se espanta com o contraste entre a beleza do lugar e o seu proprietário, um homem de pele morena e rude.
A recepção que Heathcliff dá ao futuro inquilino, condiz com sua aparência, ele é áspero e não permite que o forasteiro passe a noite em sua casa, proibindo qualquer empregado seu a acompanhá-lo, sendo que Lockwood não conhece as estradas que estão cobertas de neve.
O forasteiro também não tem uma boa impressão da nora de Heathcliff, a jovem Catherine. Sendo assim, a única que teve piedade de Lockwood foi a criada da casa que ofereceu, mesmo contra a vontade do patrão, um quarto que há muitos anos não era usado na casa. Ela avisou-lhe para tomar cuidado e não deixar a vela próxima da janela, pois os ventos eram perigosos.
Lockwood não toma esse cuidado e tem a curiosidade de olhar livros antigos do quarto. Nesses livros, entre recordações ele lê os seguintes nomes: Catherine Linton, Catherine Earnshaw, Catherine Heathcliff. Logo percebe um galho de árvore que bate na janela, por causa do vento. Os galhos acabam por quebrar a janela e quando Lockwood se aproxima dela braços o seguram com muita força e ele tem um grande susto, pois vê que é um fantasma.
O fantasma é de uma mulher que pede que a deixe entrar. Desesperado, Lockwood diz que não a deixaria entrar mesmo que ela implore por vinte anos, ao que ela responde “faz mesmo vinte anos que vago por aí’’ e desapareceu então.
Heathcliff que acordou com os gritos de Lockwood, vai até o quarto e depois de muitas ofensas e indignação o hóspede pode explicar o que aconteceu, ficando perplexo com a atitude de Heathcliff que vai até a cama, olha pela janela e pede desesperadamente que a sua Catherine venha uma vez mais, o que não acontece.
Ao chegar no outro dia, na Granja Thrushcross, o Senhor Lockwood descobre que terá como criada Ellen (ou Nelly) Dean, uma antiga criada do Morro dos ventos uivantes e que conhece toda a história de Heathcliff. A curiosidade leva Lockwood a pedir que Ellen conte a misteriosa história, enquanto ele se recupera de um resfriado.
A partir daí, temos como narradora Ellen Dean. Ela narra a história com a isenção de uma criada, que apenas aceita os fatos.
Ellen foi criada da família Earnshaw a vida toda, per isso, recorda trinta anos atrás, onde começa a história de amor mais estranha da Literatura Universal.
A propriedade “Morro dos Ventos Uivantes’’ pertencia ao Sr. Earnshaw que tinha dois filhos: o mais velho Hindley e a caçula Catherine. Certo dia ele resolveu fazer uma viagem à cidade de Liverpool e antes de sair, as crianças lhe pediram presentes. Ao chegar a casa, porém, o pai só trouxera um menino enrolado num pano, o que causou irritação e surpresa.
Segundo Sr. Earnshaw, o menino estava abandonado nas ruas de Liverpool e ele o trouxera para ser o novo irmão de Hindley e Catherine. Pelos traços e pela pele escura do menino, todos deduziram que ele era um cigano e o Sr. Earnshaw lhe deu o nome de um filho seu que havia nascido morto: Heathcliff.
A inveja tomou conta do coração de Hindley, pois, o pai preferia Heathcliff, já que ele tinha um comportamento mal. Além disso, Heathcliff logo se tornou o irmão preferido de Catherine, eles cavalgavam juntos e compartilhavam seu amor pelo vento, pela liberdade, por aquele lugar...
Segundo Ellen, ela e Hindley aplicavam castigos no pequeno cigano longe do Sr. Earnshaw. Eles pensavam que não era uma criança vingativa. Mais tarde eles saberiam o quanto estavam errados.
O tempo passou e Hindley foi estudar fora, enquanto Heathcliff e Catherine ficavam cada vez mais próximos, e o estado de saúde do Sr. Earnshaw piorava. Quando seu pai morreu, Hindley voltou para casa, trazendo com ele sua esposa, que ninguém conhecia Francis.
Com a morte do Sr. Earnshaw, Heathcliff perdeu seu protetor e Hindley ficou livre para executar sua vingança contra o irmão adotivo. Ele logo tratou de rebaixá-lo à condição de empregado, impedindo-o de estudar, e fazendo trabalhar sempre. Para isso, mandou o jovem morar no celeiro da propriedade.
Heathcliff cresceu rústico, com uma personalidade transtornada pelo ódio e pela opressão. Embora Hindley conseguisse destruir muita coisa na vida de Heathcliff, ele não conseguiu separa-lo de Catherine e a afeição se transformava cada vez mais num amor obsessivo.
Conforme o tempo passa, Catherine expressa uma personalidade que não condiz com uma menina da alta sociedade. Ela passa os dias ao lado de Heathcliff, brincando e correndo pelo Morro dos Ventos Uivantes. Certo dia, eles resolveram ir até a Granja Thrushcross, a propriedade do Sr. Linton, que tinha dois filhos da idade de Cathy e Heathcliff. Eram eles Edgar e Isabela.
Os cães da propriedade acabaram atacando-os, Cathy se feriu e os Linton a levaram para dentro de casa. Quando Heathcliff entrou para vê-la, ele foi muito humilhado e expulso. Catherine acabou ficando alguns meses na Granja e durante esse tempo, Hindley proibiu Heathcliff de aproximar-se dela quando voltasse, pois a sua companhia era prejudicial à Catherine.
A família Linton levou Catherine de volta à sua casa e Hindley deu uma recepção para agradecer-lhes. Quando Heathcliff entrou em casa, Hindley permitiu que ele a cumprimentasse, como qualquer outro empregado. Ao tocar as mãos do amigo, Cathy fez um comentário humilhante e Heathcliff se chateou, embora ela dissesse que não era sua intenção magoá-lo. Ele percebeu que a relação dos dois não seria a mesma, pois, ela estava mudada, mais sofisticada no seu modo de vestir e agir. Embora a personalidade de Catherine ainda fosse à mesma.
Heathcliff acabou destruindo a festa de Hindley e levou uma surra por isso. Nascia o ciúme dele por Cathy e Edgar Linton, ciúme que aumentou com constantes visitas de Edgar, que geraram muitas brigas.
A essa altura, Francis, a esposa de Hindley dava a luz a Hareton, e morria no parto. Isso deixou a convivência naquela casa mais difícil ainda, pois ele não se recuperou e começou a beber muito, além de não dar a mínima atenção ao filho. Segundo Ellen, esse foi o primeiro bebê que ela deve que criar.
Certa noite, Ellen estava fazendo o bebê dormir na cozinha, enquanto todos dormiam. Ela se assustou com uma sombra que passou, mas, logo viu que era Catherine, vindo falar com ela.
Catherine lhe disse que Edgar a tinha pedido em casamento e que ela iria aceitar, embora sentisse que amava Heathcliff, que ela era o próprio Heathcliff, e ele seria seu marido se Hindley não tivesse o rebaixado tanto. Elas escutaram um barulho e Joseph, o criado da casa disse que era Heathcliff que saia correndo, fugindo.
Cathy se desesperou ao pensar que ele estava indo embora por ter ouvido o que ela dissera. Ela saiu gritando por ele, embora a noite estivesse chuvosa. Heathcliff desapareceu e Cathy ficou muito doente, a família chegou a pensar que ela não se recuperaria, até que Edgar apareceu e se casou com ela. Assim, Catherine foi morar na Granja Thrushcross levando a criada Ellen com ela.
Enquanto Catherine e Edgar viviam na granja, a situação de Hindley piorava cada vez mais. Ele jogava, bebia e contraia dívidas, deixando o filho Hareton de lado.
Três anos se passaram sem nenhuma notícia de Heathcliff, até que certo dia, Heathcliff retorna. Esse é um ponto obscuro do livro. Um pobre órfão, sem educação e recursos volta para casa rico.
Quando ele volta se hospeda no Morro dos Ventos Uivantes que, logo sendo seu, já que Hindley estava cada vez mais perdido entre contas e jogos. Heathcliff logo trata de se reaproximar de Catherine e começa a visitar sua casa na Granja. Lá ele se encontra por Isabela Linton, a irmã caçula de Edgar que se encanta com ele e provoca muitas brigas com Cathy por isso.
Heathcliff vê em Isabela um caminho para se vingar de Edgar, pois, caso ele não tivesse um herdeiro, tudo ficaria para sua irmã. Depois de uma briga com Edgar, Heathcliff é proibido de voltar a Granja, ele então foge com Isabela deixando Catherine, que estava grávida do primeiro filho com Edgar, muito doente dos nervos.
Isabela se arrepende da fuga logo que chega ao Morro dos Ventos Uivantes, pois ela percebe que o marido não a ama e só quer usá-la para destruir Edgar Linton e roubar-lhe a fortuna. Ela passa a viver em meio ao tormento e ao ódio que agora povoam aquela propriedade.
Catherine está cada vez mais doente e um dia, enquanto Edgar ia à Igreja, Heathcliff foi vê-la. Eles se despediram de forma comovente, mais deixaram claro que estavam magoados um com o outro.
Catherine falece nesse mesmo dia, que é também o dia do nascimento da sua filha, batizada também como Catherine Linton.
Ao saber da sua morte, Heathcliff entra em desespero e em frente à Ellen, roga-lhe uma praga: Catherine não descansaria enquanto ele vivesse ela estaria sempre com ele, pois ele não podia viver sem sua vida, sem o seu coração.
Nesse mesmo tempo, Isabela foge grávida de Heathcliff e Hindley morre meses após Catherine deixando Hareton para Heathcliff usar como parte da sua vingança, ele iria criá-lo da mesma forma que Hindley o criou privado de tudo que forma um ser humano.
Os anos passam e a obsessão de Heathcliff aumenta cada vez mais. A filha de Catherine e Edgar cresce sob os cuidados do pai e da sempre fiel Ellen Dean. Eles fazem com que ela não tome conhecimento dos parentes que vivem no Morro dos Ventos Uivantes. Quando o filho de Heathcliff e Isabela tinha por volta de treze anos, sua mãe falece e Edgar vai buscá-lo em Londres, onde ele sempre viveu.
O menino, batizado de Linton, fica um dia na casa do tio e deixa a jovem Catherine encantada com a idéia de ter um primo quase da mesma idade em casa. Mas essa alegria é interrompida, pois, Heathcliff quer o filho em sua casa e no dia seguinte, Ellen o leva até o Morro dos Ventos Uivantes. Ela e todos os demais percebem que Linton é um menino fraco e doente, o que faz Heathcliff não gostar dele. Acrescentando ainda, o fato de ele ter o nome do seu grande inimigo.
Um dia, quando Catherine já estava com quase dezessete anos, ela e Ellen estavam vendo alguns ninhos de passarinhos e a jovem acabou entrando sem saber, na propriedade de Heathcliff. Começava a se realizar os planos de Heathcliff . Ela se reencontrou com Linton e Heathcliff disse que era seu tio e que Edgar não gostava dele apenas pelo fato de nunca ter aceitado seu casamento com Isabela.
Nesse mesmo dia, ela conhece seu outro primo que ignorava a existência: Hareton, sempre humilhado, agora também pelo jovem Linton.
Edgar Linton diz a Catherine que a imagem que Heathcliff passou a ela era pura mentira, que ele só estava interessado e lhe tirar a fortuna e que se não fosse a sua volta, a mãe dela ainda estaria viva. A jovem promete ao pai que não verá mais ninguém daquela família.
Mais tudo foi em vão. A jovem Catherine já estava envolvida e se correspondia com Linton, chegando até a visitá-lo. Tudo isso deixava Ellen muito preocupada.
As cartas que eram enviadas para Catherine, eram escritas por Heathcliff, seu filho só as assinava. Era parte do seu plano de vingança.
A saúde de Edgar Linton piorava cada vez mais e já era certo que ele morreria da mesma forma que a irmã Isabela. A saúde do jovem Linton também estava muito precária.
Certo dia, Catherine recebeu uma carta na qual Linton dizia que estava muito mal e precisava vê-la sem falta. Ela resolve ir e mesmo contra sua vontade, Ellen a acompanha, pois, não poderia deixá-la sozinha, a mercê das maldades de Heathcliff.
Quando lá chegam, as duas percebem que Linton não está tão mal como dizia na carta e Catherine acredita que é melhor voltar logo para casa, pois, seu pai precisa mais dela no momento. É quando as duas descobrem que foi tudo uma invenção de Heathcliff e que ele pretende que o casamento de Catherine e Linton se realize logo. Ele prende as duas mulheres.
Catherine reclama com Linton, que diz que o pai quer casá-los para ficar com a fortuna de Edgar Linton. Ellen consegue escapar e chega à Granja quando o Edgar está muito mal.
Catherine só recebe permissão para sair quando se casa com Linton e se torna a Sra. Linton Heathcliff. Edgar morre desejando que Linton protegesse a jovem das maldades de Heathcliff. A partir daí, Heathcliff leva Catherine para morar com o marido, que se torna proprietário de todos os bens de Edgar Linton.
Heathcliff não permite que Ellen acompanhe Catherine e nem permite que a visite. Ela deveria ficar na Granja, pois, ele resolvera alugá-la.
Algum tempo depois do casamento, Linton morre e Heathcliff não fica nem um pouco abalado, já que foi declarado o herdeiro de todos os bens do filho. Estava completa a vingança.
Catherine desenvolve uma relação não muito amigável com o primo Hareton. Isso se deve ao fato de ele ser totalmente ignorante, não sabendo nem mesmo ler.
Nesse período aparece o inquilino, Lockwood, que foi citado no começo. Como agora já havia terminado a narração de Ellen, ele resolve visitar algumas vezes a casa da família Heathcliff. Lá ele presencia cenas horríveis. E se desilude de um desejo que lhe aflorou enquanto a criada contava a história: se casar com Catherine.
Ele resolve ir embora depois de algum tempo e só retorna um ano depois, para pagar o Sr. Heathcliff. Ao chegar novamente ao Morro dos Ventos Uivantes ele presencia uma cena de amor. Catherine beija Hareton enquanto lhe ensina a ler.
Então, a narradora Ellen entra em cena outra vez, para contar o que aconteceu no período em que ele esteve fora. Ela informa primeiramente que o Sr. Heathcliff morreu e quem toma conta das finanças agora é Catherine que vai se casar em breve com seu primo Hareton. Os dois vão morar na Granja quando isso acontecer.
Logo depois que Lockwood deixou a região, um ano atrás, Ellen foi viver no Morro dos Ventos Uivantes e lá, presenciou a aproximação de Catherine e Hareton. Também foi testemunha de fatos estranhos, que aconteceram pouco antes da morte de Heathcliff. Ele saía todas as noites, não se alimentava bem e as vezes perguntava se não tinha mais alguém naquela casa, além dos moradores de sempre.
Ellen teve então idéias mirabolantes, entre elas a de que Heathcliff era uma vampiro. Isso foi logo descartado, pois, ela o acompanhou em sua infância. Mas, como explicar quem eram seus pais, a origem daquele menino órfão trazido para casa pelo Sr. Earnshaw e que se tornaria motivo da ruína daquela família?
Um dia, Heathcliff disse à Ellen que era uma luta muito grande e ele gostaria que terminasse logo.
Pouco tempo depois, Ellen o encontrou morto em seu quarto. Ele foi sepultado no lugar que sempre desejou: ao lado de Catherine, onde também estava Edgar Linton. Segundo Ellen, muitos diziam que viam Heathcliff em torno do Morro dos Ventos Uivantes com Catherine, deixando com que na morte, se realizasse o amor que a sociedade não permitiu. Ellen mesmo estava com medo de viver naquela casa, pois, diziam que os dois também estavam nela ou ao seu redor. Quando acontecesse o casamento de Catherine e Hareton, ela iria viver com eles na Granja. Só o criado Joseph ficaria ocupando apenas um cômodo do Morro dos Ventos Uivantes.
O Sr. Lockwood se despediu então, do Morro dos Ventos Uivantes, olhando os túmulos e acreditando que ninguém ousaria atrapalhar a paz que reinava agora naquele lugar.
Essa é a estranha história de amor entre Heathcliff e Catherine. Um amor que se tornou obsessão e destruiu a todos que o tocaram.
No cinema temos algumas versões para esse clássico:
Esta resenha faz parte da monografia entregue no ano de 2006 na UENP de Cornélio Procópio, sob a orientação do Professor Edson Salves que nos ajudou muito na realização da mesma.( Obrigada Teacher!)
Este romance foi escolhido graças a paixão que sentimos ao ler a obra grandiosa de Emily Brontë, obra que não passa despercebida, já que ela é povoada de amores intensos e sentimentos paradoxos ao amor, como a vingança, por exemplo.
A monografia foi intitulada "Catherine e Heathcliff - Paixão e Fúria" e alcançou nota máxima.
Queremos dividir e propagar este maravilhoso enredo, para que ele possa inspirar outros estudantes e apaixonados por Literatura.
Este romance foi escolhido graças a paixão que sentimos ao ler a obra grandiosa de Emily Brontë, obra que não passa despercebida, já que ela é povoada de amores intensos e sentimentos paradoxos ao amor, como a vingança, por exemplo.
A monografia foi intitulada "Catherine e Heathcliff - Paixão e Fúria" e alcançou nota máxima.
Queremos dividir e propagar este maravilhoso enredo, para que ele possa inspirar outros estudantes e apaixonados por Literatura.
Por Cristina e Ligia
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