Interpretação de Crônica - Comunicação
Atividades alinhadas à BNCC
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.
(EF05LP21) Analisar o padrão entonacional, a expressão facial e corporal e as escolhas de variedade e registro linguísticos de vloggers de vlogs opinativos ou argumentativos.
(EF35LP13) Memorizar a grafia de palavras de uso frequente nas quais as relações fonema-grafema são irregulares e com h inicial que não representa fonema.
(EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura.
(EF35LP04) Inferir informações implícitas nos textos lidos.
Crônica: Comunicação (LUÍS
FERNANDO VERÍSSIMO)
É
importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você
quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um… um… como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um…
como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um… um… Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É
uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim
senhor.”
“O
senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim
senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O
quê, cavalheiro?”
“Isso
que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma
volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe,
entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um…
Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra
ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. E isso.
Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro…”
“Ora,
você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas…”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o
senhor diz, cavalheiro.”
“Como,
se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não
saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim
senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“Bom,
eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem
sabe o senhor desenha para nós?”
“Não.
Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação
em desenho.”
“Sinto muito.”
“Não
precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou
um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do
nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. 0 desenho não me faz falta. Lido com
números. Tenho algum problema com os números — mais complicados, claro. 0 oito,
por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental,
como você está pensando.”
“Eu
não estou pensando nada, cavalheiro.”
“Chame o gerente.”
“Não
será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa
que o senhor quer, é feita do quê?”
“É
de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem…
É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos.
É
assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É
inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente…”
“Mas
é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo,
vem vindo, outra volta e dique, encaixa.”
“Ah —
tem dique. É elétrico.”
“Não!
Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já
sei!”
“Ótimo!”
“O
senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não!
Escuta aqui. Vamos tentar de novo…”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você
enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas
partes de uma coisa.”
“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos
como um gigantesco alfinete de segurança e…”
“Mas
é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas
do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É
que eu sou meio expansivo. Me vê aí um… um… como é mesmo o nome?”
Luís Fernando Veríssimo. Para gostar de ler — Crônicas.
Entendendo o texto:
1)
Você conseguiu adivinhar de que objeto o
comprador estava falando, antes de chegar ao final da história?
R:_____________________________________________________________________.
2)
A crônica “comunicação” é uma narrativa.
Quais os personagens dessa história?
R:_____________________________________________________________________.
3)
Qual é o assunto dessa história?
R:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4)
Em que lugar ou espaço estão os personagens?
(A) Em
uma rua bem movimentada. (C)
Em uma praça.
(B) Em
uma estação de metrô. (D)Em
uma loja.
5)
Os fatos de uma história acontecem em um
tempo. Nessa história, os fatos acontecessem durante:
(A) Uma
sequência de vários dias. (C)O
período de um dia inteiro.
(B) Durante
uma conversa. (D)O
período de uma noite inteira.
6) O início da crônica é contado por um narrador. Esse narrador age como se
estivesse:
(A) Com
os personagens. (C)
com o leitor da crônica.
(B) Consigo mesmo. (D)
com outro narrador.
7) Em
um momento da crônica, o comprador diz “[...] a palavra me escapou por completo
[...]”, o que isso significa?
R:____________________________________________________________________
8) Ao
perceber que o comprador não consegue descrever o que deseja, o vendedor sugere
que ele:
(A) Desista (B) mostre com as mãos (C) desenhe (D) aponte.
9) Em
sua opinião, o vendedor foi paciente? Copie uma frase que justifique sua
resposta:
R:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________.
10) Ordene
de acordo com os fatos ocorridos na crônica:
( )
Tente
descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
( ) Que cabeça a minha. A palavra me escapou por
completo.
( ) É intiriço. Tenho quase certeza de que é
inteiriço.
( ) Uma espécie de, como é que se diz? De
sulco.
( ) Mas do jeito que o senhor descrevia
parecia uma coisa enorme, cavalheiro!
( ) Bom, eu
preciso saber mais sobre o, a, essa coisa.
A
crônica conta uma história sobre fatos que se aproximam daqueles que acontecem
com as pessoas no dia a dia. E como toda a narrativa, a crônica apresenta um
enredo, que apresenta:
Situação
inicial – complicação – clímax (momento de tensão) – desfecho.
Agora marque a alternativa que
melhor se refere a cada parte do enredo dessa crônica:
a) Situação
inicial:
(A) Duas
pessoas se encontram na rua.
(B) Um
comprador entra numa loja.
(C) Um
vendedor discute com o comprador.
b) Complicação:
(A) O
comprador que comprar algo que a loja não tem.
(B) O
vendedor não dá atenção ao comprador.
(C) O comprador não consegue comunicar o que quer
comprar.
c) Clímax:
(A) O
vendedor pede a paciência.
(B) O
comprador quer chamar o gerente.
(C) O
comprador não sabe desenhar.
d) Desfecho:
(A) O
vendedor fala a palavra que faz o comprador lembrar o nome do objeto que estava
procurando.
(B) O
comprador lembra-se da palavra e diz ao vendedor.
(C) O comprador e o vendedor não se entendem.
Atividade da Professora Kênia.
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