Interpretação de Crônica - "A volta" - Hora de Colorir - Atividades escolares

Interpretação de Crônica - "A volta"


Crônica –  É uma narrativa informal de fatos do cotidiano. A linguagem geralmente é simples e descontraída. O narrador pode ser uma personagem ou um narrador-observador, que não participa da história.


A volta   (Luis Fernando Veríssimo )

Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação – a mesma do seu tempo, não mudou nada – e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada.
            O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo.
— Você não tinha um cachorro?
— O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos.
            O homem sabe que subindo a Rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a Rua Quinze. O cinema ainda existe. Mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem uma confeitaria. Ah, os doces da infância... Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo.
— Seu Adolfo, certo?
— Lupércio.
— Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de uma farmácia.
— Qual delas, a Progresso, a  Tem Tudo ou a Moderna?
— Qual é a mais antiga?
— A Moderna.
— Então é essa.
— Fica na Rua Voluntários da Pátria.
            Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta.
            A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar. Seria...
— Titia?
— Puluca!
— Bem, meu nome é...
— Todos chamavam você de Puluca. Entre.
            Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes de que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia intrigada.
— Riachinho, Puluca?
— É, por quê?
— Você vai para Riachinho?
Ele não entendeu.
— Eu estou em Riachinho.
— Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
— Então eu desci na estação errada!
Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha pergunta:
— Como é mesmo o seu nome?
Mas ele estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela cidade estranha.
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01. Vocabulário. Quais as palavras do texto você não conhece? Copie-as.
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02. Marque a resposta correta.
·         A frase que resume o fato narrado nessa crônica é:
(A) Um homem volta à cidade onde nasceu e viveu na infância para maar a saudade, rever lugares e pessoas.
(B) Um homem vai a uma cidade achando que está de volta ao lugar onde nasceu e viveu na infância.
(C) Um homem vai por engano a uma cidade e descobre que já conhece os lugares e as pessoas.

03. Responda.
a) Qual o tipo de narrador dessa história? Justifique.
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b) Liste os lugares característicos de cidades pequenas que são citados na crônica.
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c) Que coincidências ocorreram na história que fizeram com que o homem achasse que estava na cidade onde nasceu e viveu sua infância?
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d) Em que momento o homem descobre que  estava enganado?
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e) Você achou esta história engraçada? Por quê?
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f) No decorrer da leitura, deu para imaginar que a história teria um fim inesperado? Justifique.
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GABARITO

01. Vocabulário. Quais as palavras do texto você não conhece? Copie-as.

______RESPOSTA PESSOAL___________________________________________________

02. Marque a resposta correta.

  • A frase que resume o fato narrado nessa crônica é:

(A) Um homem volta à cidade onde nasceu e viveu na infância para matar a saudade, rever lugares e pessoas.

(B) Um homem vai a uma cidade achando que está de volta ao lugar onde nasceu e viveu na infância.

(C) Um homem vai por engano a uma cidade e descobre que já conhece os lugares e as pessoas.

 

03. Responda.

a) Qual o tipo de narrador dessa história? Justifique.

____NARRADOR EM 3ª PESSOA ONISCIENTE, POIS ELE SABE DOS SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DO PERSONAGEM.

b) Liste os lugares característicos de cidades pequenas que são citados na crônica.

____A PRAÇA, A IGREJA, A PREFEITURA, O CINEMA, A CONFEITARIA, ETC._______

c) Que coincidências ocorreram na história que fizeram com que o homem achasse que estava na cidade onde nasceu e viveu sua infância?

  • O CHEIRO DE MATO E POEIRA ERA O MESMO QUE ELE SE LEMBRAVA DA INFÂNCIA.

  • O CHEFE DA ESTAÇÃO ERA PARECIDO COM O QUE ELE SE LEMBRAVA E ACHOU QUE AS MUDANÇAS ERAM DEVIDO A IDADE.

  • NO FINAL DA RUA QUINZE TAMBÉM TINHA UM CINEMA.

  • A MULHER QUE ATENDEU A PORTA TINHA UM AR FAMILIAR PARA ELE.


d) Em que momento o homem descobre que  estava enganado?

QUANDO ELE DIZ O NOME DA SUA CIDADE NATAL E A MULHER DIZ QUE RIACHINHO É A PRÓXIMA CIDADE, QUE NA VERDADE ELE ESTÁ EM CORONEL ASSIS.

e) Você achou esta história engraçada? Por quê?

RESPOSTA PESSOAL DO ALUNO.

f) No decorrer da leitura, deu para imaginar que a história teria um fim inesperado? Justifique.

NÃO, POIS TUDO ERA PARECIDO COM A CIDADE NATAL DO PERSONAGEM, E COMO FAZIA TEMPO QUE NÃO RETORNAVA A CIDADE ELE ACHOU TUDO MUITO PARECIDO E SE CONFUNDIU.

 

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